A miopia é um erro de refração caracterizado pelo alongamento do globo ocular, o que impede a luz de ser focalizada corretamente na retina. Com isso, a pessoa tem dificuldade para enxergar de longe. Geralmente, a miopia é corrigida através de óculos de grau, lentes de contato ou com a cirurgia refrativa, que costumam estabilizar o problema. O que muitas pessoas não sabem é que existem casos onde o grau da miopia pode regredir. Apesar de aparentemente ser uma boa notícia, a regressão da miopia na maioria das vezes indica o surgimento de uma nova doença oftalmológica, como a presbiopia ou a catarata, que afetam uma importante estrutura ocular chamada cristalino, a lente natural do olho. Veja quais são as situações que podem causar uma redução no grau da miopia:
1. Presbiopia na meia idade
A presbiopia, também conhecida como vista cansada, é um tipo de erro refrativo caracterizado pela dificuldade de focar objetos próximos, que acontece naturalmente conforme o avançar da idade. Esse erro ocorre porque normalmente o cristalino é flexível e pode mudar de forma para ajustar o foco para objetos próximos ou distantes. No entanto, com o passar dos anos, o cristalino perde sua elasticidade e se torna mais rígido e espesso. Quando uma pessoa com miopia entra na faixa dos 40 anos e desenvolve presbiopia, pode ocorrer uma aparente regressão da miopia, uma vez que a dificuldade para ler de perto aumenta ao mesmo tempo que a visão de longe permanece estável.
2. Hipermetropia + catarata
A catarata é uma doença ocular caracterizada pela opacificação gradual do cristalino. Normalmente, essa lente é transparente e permite que a luz passe através dela e alcance a retina para formar uma imagem clara. Mas, com o envelhecimento (geralmente, a catarata surge a partir dos 50 anos e tem maior incidência em pessoas acima dos 60 anos), o cristalino pode se tornar turvo e opaco, o que resulta em visão embaçada e cada vez mais ofuscada. Quando a pessoa tem hipermetropia (dificuldade para ver de perto) e também apresenta catarata, pode ocorrer uma melhora do grau para perto, causada pelo enrijecimento do cristalino.
3. Dilatação da pupila
O grau da miopia também pode regredir no caso de pessoas jovens que nunca fizeram exame de vista com a pupila dilatada. Neste tipo de exame, o oftalmologista consegue avaliar com maior nitidez o fundo da retina, assim como o nervo óptico e as artérias oculares. Como a musculatura intraocular de crianças e jovens costuma ser mais forte, podem ocorrer imprecisões no teste de acuidade ocular dessa parcela da população. Com a dilatação da pupila, é possível determinar com mais precisão o grau de miopia do paciente.
Estrabismo e hipermetropia podem se resolver sozinhos?
Estrabismo e hipermetropia são condições oculares muito comuns em recém-nascidos. Isso acontece porque o sistema visual dos pequenos ainda não está completamente desenvolvido. Assim, em determinadas situações é possível que esses problemas se resolvam sozinhos, mas isso ocorre geralmente na infância. No estrabismo, os olhos não se alinham de forma adequada, o que resulta em um desvio perceptível de um ou ambos os olhos. Os bebês costumam apresentar dois tipos de estrabismo: intermitente e pseudoestrabismo. Quando é intermitente, o desvio nos olhos do recém-nascido é inconsistente e variável, ou seja, não dura o tempo todo nem mantém o mesmo grau de distância. Já no pseudoestrabismo os olhos parecem estar desalinhados, mas não há um desvio ocular verdadeiro, já que a suposta diferença acontece devido a certas características faciais. No entanto, caso o estrabismo do bebê seja persistente após os 4 primeiros meses de vida, é essencial buscar a ajuda de um oftalmologista.
Já a hipermetropia, como dissemos anteriormente, é um erro refrativo onde a pessoa tem dificuldade para ver de perto. Neste caso, o problema pode se estabilizar, diminuir ou mesmo se resolver sozinho até a pré-adolescência. Mesmo assim, é muito importante sempre estar atento a alguns sintomas da criança, como falta de concentração, dor de cabeça, lacrimejamento, dificuldade na escola ou em tarefas que exigem visão próxima e falta de interesse em leitura, desenhos ou escrita. Além disso, é fundamental realizar o acompanhamento regular com o oftalmologista desde os primeiros meses de vida. Caso o paciente opte junto ao seu oftalmologista pela cirurgia refrativa, são utilizadas técnicas mais avançadas, precisas e seguras para remodelagem da córnea que corrigem os erros de refração que provocam a miopia, a hipermetropia, o astigmatismo e a presbiopia.
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